NRP Sagres - um sonho tornado realidade

O nosso Associado MM teve a gentileza de nos enviar um belo relato da sua experiência a bordo da Sagres. Da leitura do mesmo podemos dizer que há sonhos que se tornam realidades quando lutamos por eles. Boa leitura e parabéns pela esta "peça".

Uma viagem no NRP Sagres: Eis um pequeno relato para dar conta que 5 dos nossos recreativos náuticos tiveram o privilégio de embarcar na Sagres e fazer uma parte do percurso da viagem de instrução 2009. Isto porque penso que não há maior nem melhor programa para um velejador amador português, do que poder participar, como “tripulante” numa viagem a bordo de um veleiro como a nossa Sagres. A Sagres, como navio escola da Marinha Portuguesa que é, procura fazer todos os anos a viagem de formação dos cadetes da Escola Naval. São normalmente cerca de 10 semanas, o que acontece no final do ano escolar, entre Junho e Agosto. Este ano, como se pode consultar no site do navio, a viagem incluiu o périplo, Lisboa – Bermuda – Nova York – Boston – Halifax – Belfast – Lisboa, sendo que a perna Halifax-Belfast foi disputada em regata. Tivemos então a oportunidade de fazer a bordo da Sagres a viagem de regresso a Lisboa desde o porto de Belfast, na Irlanda do Norte, onde ela participou no “Tall Ships Belfast 2009”. Datas previstas: largada a 16 e chegada a 22 de Agosto.


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Quanto aos participantes, temos que o MM e o JA fizeram as mais de 1000 milhas náuticas entre estes dois portos, juntamente com outros dois amigos do grupo de Patrões de Alto Mar de 2004 e a AA entrou em Cascais e acompanhou-nos até à base naval do Alfeite.

O programa foi combinado rapidamente em Julho, como é timbre deste mundo moderno de facilidades (apesar da crise), com troca de e-mails com o Comandante da Sagres, uma visita aos sites das companhias aéreas para nos levar a Belfast e fogo à peça!

Uma vantagem das viagens “low-cost” é, para além do preço, a existência de novos voos directos de ligação entre aeroportos secundários, dependendo dos fluxos de turismo. Resultado, estando nós a banhos no Algarve na altura, calhou “que nem ginjas” o voo Faro-Belfast directo da Aer-Lingus.

Belfast, o Titanic e uma surpresa
Chegámos a Belfast na 6ª feira dia 14. Eu (MM aqui) que tenho costela açoreana, imediatamente identifiquei, na aproximação à pista, as semelhanças com as nossas ilhas do atlântico, a origem vulcânica da Irlanda, o verde dos prados e o modo como são divididos por muros de pedra negra, a cor do mar e o tempo nublado e fresco mas ameno, a chuva tépida com que fomos logo recebidos, apesar da latitude elevada – 54ºN.

Belfast é uma cidade portuária que parece pequena mas na realidade tem 250 mil habitantes no seu centro e o triplo deste número na área metropolitana e que tem como um dos principais destaques o facto de ter sido num dos seus estaleiros navais que foi construído o Titanic, no início do século passado. Ainda hoje esses estaleiros são conhecidos por terem a maior doca seca do mundo.

Bem, lá chegámos, já molhados, ao porto, usando um esquema gratuito montado pela autarquia local que usa autocarros que fazem o percurso circular no centro de Belfast incluindo paragens em alguns pontos do recinto dos “Tall-Ships”.

O primeiro navio que vislumbrámos ainda ao longe, foi logo a nossa Sagres, o maior navio presente no certame, com o seu enorme pavilhão ao vento.

Lá conseguimos entrar, passando pelos milhares de visitantes que todos os dias fazem pacientemente bichas de centenas de metros. No último dia de visitas, sábado, foi batido o record de visitantes com mais de 15.700. E foi assim que entrei a bordo da Sagres pela primeira vez na minha vida, dando início a uma semana inesquecível.

A bordo da Sagres
Fomos recebidos pelo Comandante, na sua camarinha, nosso anfitrião e capitão durante a semana que se iniciava. De seguida fomos apresentados aos restantes oficiais e conduzidos aos aposentos – as camaratas dos 35 cadetes em instrução a bordo do navio.

Dormíamos com a juventude estudantil mas comíamos com os oficiais. Nada mal. A propósito de juventude é de referir nesta altura que nós, cinquentões, embora bem conservados, claro, éramos os mais velhos a bordo e portanto foi interessante podermos apreciar, nessa perspectiva, uma organização em funcionamento harmonioso com cerca de 200 pessoas entre os vinte e os quarenta e poucos anos.

Passámos o resto de 6ª feira e o sábado a visitar a cidade e o ambiente dos “Tall-Ships”, com algumas Guiness na mão à mistura, claro!

A propósito, um pequeno parêntesis para perguntar aos associados da APM10: sabem que outra embarcação lá estava a marcar presença em nome de outros tempos de regata à vela? Adivinhem… O Jolie Brise, pois então! O fantástico veleiro que ganhou a primeira Fasnet em 1925 e quando parecia condenado, em 1945, foi comprado pelo “nosso” Engenheiro Luís Guimarães Lobato que o recuperou – o barco e até o próprio nome - o que foi a salvação do veleiro, hoje pertencente a uma muito antiga escola de vela inglesa. 30 anos mais tarde trocá-lo-ia pelo Wilma de que foi o anterior proprietário, como sabemos.

Eis como a escala de tempo mais longo contém e recupera ligações que parecem perdidas pela nossa bitola de curto prazo.

A largada
E chegámos finalmente a Domingo, o grande dia de largar amarras! Tripulação fardada de branco imaculado, milhares de pessoas no cais, dois rebocadores para a manobra e nós, de máquinas fotográficas em punho, na expectativa… Os comandantes dos navios presentes tinham tido o briefing para a cerimónia de saída e estava combinado içarem o pano logo à saída do canal. A Sagres tem 23 velas, 10 redondas, nos mastros grande e traquete, 10 latinas entre mastros e 3 trapezoidais no mastro mezena, portanto já podem imaginar a expectativa destes velejadores que vos falam.

E posso dizer-vos, o nosso Comandante não a defraudou. Ainda os rebocadores não nos tinham largado e já a “faina geral de mastros”, como se designa o conjunto de tarefas de içar ou recolher todas as velas, tinha começado. E é de cortar a respiração. Dezenas de tripulantes na base dos 4 mastros com cabos nas mãos, cada um sabendo exactamente o que fazer, em movimentos coordenados ao toque de apitos dados pelos contra-mestres de cada mastro. E é ver as velas redondas a baixarem das vergas e as latinas a subirem nas adriças, 3, 4 e 5 ao mesmo tempo.

E depois há o pormenor da cruz de Cristo em cada vela redonda, que dá, não só uma identidade própria e uma personalidade à Sagres, a quem a vê de fora, como também representam um apelo a um símbolo que, para estes portugueses que lá estavam dentro, provocou uma comoção inesperada, deixando um sentimento estranho mas agradável como que de uma espécie orgulho nacional, realmente difícil de explicar, até porque estamos desabituados hoje em dia, destas coisas.

Mas as emoções fortes ainda não tinham acabado. À saída do canal do porto de Belfast, já com o pano todo, o nosso comandante faz uma manobra que também o diferencia dos restantes nesta parada. À chegada a Belfast vinda de Halifax, a Sagres esteve fundeada durante alguns dias numa baía logo ali a sul do canal onde agora navegávamos. Durante esse tempo e depois no porto, foi vista, visitada e recebida por milhares de pessoas que se apinhavam na margem e por dezenas de embarcações que sempre se aproximam dos grandes veleiros nestas alturas. Agora, na hora da despedida estava na altura de retribuir a simpática recepção daquela gente.

Então a Sagres, a navegar com todo o pano, ruma direita à proa da corveta da Marinha britânica fundeada à saída do canal e onde estavam as personalidades ligadas ao evento e à cidade. Ao chegar à frente da corveta, camba de bordo pela popa, faz a saudação com o apito, o que é retribuído e ruma à praia onde esteve fundeada, a 10 nós, com vento pela alheta de bombordo, a todo o pano!

Chega o mais perto que pode daquela imensa mole de gente especada na margem, camba novamente para o rumo original, faz a saudação com 3 apitos longos e um curto e afasta-se com esta despedida sensacional. Não me cansei durante toda a viagem de dar os parabéns ao Comandante Proença Mendes, quer pela manobra em termos náuticos, pois foi o único que envergou todo o pano e o usou para uma manobra destas, como pela atitude e postura profissional de dignidade e reconhecimento do valor e missão da Sagres de cada vez que contacta outros povos e nações.

As rotinas de bordo

Como vêem isto não começou nada mal. A partir daqui entrámos na rotina de bordo.
Era simples: O trabalho principal consistia em acompanhar a tripulação que estava de quarto, sobretudo nas tarefas de navegação. O JA levou para bordo um portátil todo artilhado com o MAXSEA que importa os dados do UGRIB e portanto permite-nos planear a rota com a previsão dos ventos. Esta tarefa extenuante tinha uma desvantagem. É que nos abria bastante o apetite. Felizmente a rotina de bordo previa essas situações, pois nunca passámos mais de 4 horas sem visitar a messe de oficiais para um reabastecimento em regra!

E se a bordo se come bem! A Sagres tem 3 cozinheiros e 2 pasteleiros que não deixam ficar os créditos por mãos alheias. Logo no dia em que chegámos o Comandante ofereceu às autoridades locais um cocktail a bordo. Para além da apresentação a condizer de todos os pratos e doçaria, mimosearam os convidados no final com uns pastéis de nata, tão bons ou quase, como os verdadeiros de Belém.

Mas quanto a navegação, a situação era clara: durante a travessia do canal da Irlanda, vento a 60º pela amura, no limite entre a bolina e o largo, o que não é a mareação preferida para as velas redondas da Sagres. Depois, na travessia da baía da Biscaia o vento seria de proa, o que significava ligar o motor de 1900HP pois o programa da viagem incluía uma paragem em Leixões e outra em Cascais para embarcar mais pessoas e o nosso comandante não se queria atrasar. Depois lá para os lados do Finisterra o vento rondaria para a alheta mas perderia força, o que dava na mesma. Portanto esperava-nos um dia e meio à vela seguidos de 3 dias de vento de porão.

E lá fomos, especialmente o JA “controlando” o rumo, a proa, a ETA de chegada aos Way-points. Sim, porque navegar com o timão foi só para a fotografia. O resto do tempo, quando não estávamos no posto de abastecimento, estamos no convés de popa, a gozar o mar, o sol que nos acompanhava cada vez mais à medida que descíamos na latitude.

O tempo passou muito bem, com bom mar e bom vento, sem grandes enjoos, com uma tripulação extremamente simpática e tolerante para com estes aprendizes de feiticeiros. Num dos dias houve treino de tiro do pelotão de fuzileiros. Os alvos foram balões coloridos, cheios com ar e água para ficarem ao nível da superfície quando atirados da alheta. Aquilo pareceu-nos difícil de conseguir com o balanço do navio e tudo, mas a percentagem de sucesso foi bastante acima dos 50%.

Noutros dias houve programas de diversão: Futebol de “convés”, uma variante de futsal com balizas mais pequenas, bola do tipo trapos para não saltar e com o mastro grande a atrapalhar no meio do campo. O nosso comandante foi o guarda redes dos oficiais, o imediato foi o avançado-centro. Não sei se foi o respeito pela patente mas até não lhes correu mal…

Os verdadeiros PAM (patrões de alto mar)
Nas noites calmas passadas no convés de popa a olhar para as estrelas e a contar quantos satélites passavam por cima de nós em órbita polar, começou naturalmente a surgir o plano de, finalmente, voltarmos a pegar nos sextantes para determinação da posição através da leitura da altura dos astros.

E, claro que, um dia o JA resolve juntar-se à tripulação do quarto das 4 às 8 para apanhar o chamado crepúsculo matutino e tirar a altura dos astros que por lá houvesse a essa hora.Toca a fazer o download do NAV32 que isso do cálculo pelas tabelas é para os cadetes e alunos de cursos PAM e tudo a postos para o dia seguinte. A missão falhou porque as nuvens a impediram, felizmente, digo eu, porque ao fim de 5 anos, com o sono interrompido de 3 ou 4 horas, voltar a pegar em instrumento tão raro, não augurava nada de positivo para o nosso ego, quanto mais para a navegação exemplar que nós e o nosso portátil estávamos a fazer até ali. Mas o que é certo é que esta pró-actividade do JA deu resultados imediatos, em todo o navio!

Em primeiro lugar, eu candidatei-me logo a medir a altura do Sol à passagem meridiana e assim fiz. Mas aí aparece-nos o comandante responsável pelos cadetes embarcados que, por acaso, é o professor de navegação astronómica da Escola Naval e desafia-nos para um concurso de cálculo da melhor posição após o pôr-do-sol.

Lá nos preparámos e, chegada a hora, qual não é o nosso espanto, aparece também o comandante do navio e mais 2 oficiais, todos de sextante na mão. Tinham ouvido dizer que havia sessão astronómica e queriam matar saudades. Lá fizemos uma animada sessão, um bocado confusa, com ordens, avisos para o relógio, lanternas para iluminar os apontamentos e o que é certo é que a nossa marcação não foi inferior à do professor – quer dizer, foi 3 milhas afastada – o que significa, igual. Enfim, cumprimos, com brilho, a nossa missão de navegadores. Uns verdadeiros PAM!

Mas ainda faltava mais uma prova de alto-mar: Subir ao cesto da gávea!
Pedimos autorização e fomos conduzidos ao mestre do mastro em causa. Escolhemos o traquete por ser mais à vante, o que deixou o contra-mestre do mastro grande triste por ter sido preterido. Cada mastro tem um mestre, um contra-mestre e uma tripulação própria e a rivalidade entre eles é inevitável mas salutar.

Vestimos os arneses e lá fomos, enxárcia acima, (é o nome da “escada” montada entre os brandais) acompanhados por um membro da tripulação que nos explicou a técnica para subir e descer em segurança. O dia e o mar estavam de feição para podermos apreciar o espectáculo e vencer as hesitações do balanço a mais de 30 metros de altura. Como não podia deixar de ser, foi um momento sensacional, pois, embora o mar estivesse calmo, o balanço àquela altura colocava-nos à vertical fora da borda.

A costa portuguesa
Assim se passaram os 4 dias de travessia do golfo da Biscaia, sem grandes novidades, com vento pela proa entre 15 e 20 nós e, portanto, navegação a motor na sua maior parte. Na 5ª feira à tarde passámos o Finisterra. Tratava-se de um marco importante para o nosso plano de navegação porque tínhamos previsto que, a partir de agora o vento, apesar de mais fraco, rondaria para podermos navegar a um largo.

O plano do nosso comandante, uma vez que estava previsto pararmos em Leixões para embarcar uns jovens representantes da Federação de Vela, era voltar a içar as velas no caminho para casa e portanto o que se pedia era que o vento dominante na nossa costa em Agosto não nos faltasse.

Assim foi. 6ª feira de manhã lá estávamos a pairar em frente ao Porto de Leixões e, após o embarque dos visitantes, toca a rumar ao sul, com mais uma faina geral de mastros para envergar o velame todo e beneficiar da “nossa” nortada. A saliência deste dia vai para o amável convite que o Comandante nos fez para jantarmos na sua camarinha.

Com semelhante anfitrião, foi uma refeição bem passada, com boa mesa, bom vinho, boa companhia. Só a ondulação nos fez lembrar e bem, que estávamos a bordo, porque, logo nessa altura, resolveu sacudir o navio mais que até então. Se não fosse o método engenhoso de estivar os talheres, pratos e copos a bordo, teria sido uma animação ainda maior, porque o número de mãos disponíveis não chegaria certamente para atender à fuga desobediente de tudo o que era peça naquela mesa.

Foi um bom motivo para o comandante nos falar, mais uma vez, da aventura que foi a regata de Halifax para Belfast, com ventos superiores a 30 nós pela alheta, o navio inclinado a mais de 30 graus, a navegar a 15 nós e com alguns tripulantes a ficarem menos à vontade com a situação. Todos desejámos ter estado presentes nessa altura, teria sem dúvida sido um momento a não mais esquecer para o resto das nossas vidas.

Entretanto, com a descida na latitude e a aproximação de terra, a temperatura subiu bastante e, por isso, não surpreendeu na manhã seguinte, à vista do Cabo da Roca, encontrarmos o vento térmico também na casa dos vinte e muitos nós. Como íamos com bastante pano, quando orçámos para lá do Cabo Raso, o vento passou para o través, a Sagres inclinou a 20 graus e lá voltámos aos comentários, já saudosos creio eu, da aventura de Halifax a Belfast.

E lá fomos surfando em grande estilo, com vento fresco mas mar amigo, como só os bons veleiros (bem comandados) sabem fazer, até ficarmos abrigados pela serra de Sintra e, finalmente “aterrarmos” ao largo de Cascais.

Em Cascais entra uma equipa da RTP e, mais importante para nós, entra a nossa PAM AA e assim, dos 7 do curso passamos a estar 5 presentes. Lá lhe contámos, ansiosamente, as peripécias por que passámos desde há 6 dias, para, na nossa ideia, ela ficar também com o nosso “diário de bordo” emprestado e incrustado e assim de algum modo se poder imbuir do espírito da viagem, a tempo de gozar a última etapa até à base naval do Alfeite, ao mesmo nível emocional que nós.

Enquanto isso, já a Sagres se faz ao mar e inicia mais uma faina geral de mastros para desfraldar o velame todo, pois, como sempre, a ideia é apresentar o navio à população, neste caso portuguesa que esteja nas praias e na costa aproveitando mais um esplêndido dia de verão em que o nosso clima é pródigo.

O plano é simples: passar o mais próximo possível da costa, entrar pela barra norte do Tejo, aproveitar a maré enchente e o vento e saudar com o apito todas pessoas nas praias e locais de interesse por onde passamos.

À aproximação do Jamor, o vento compareceu como se pedia e assim se cumpriu o objectivo de vermos a Sagres no Tejo a todo o pano, à hora do almoço, enquadrada no belíssimo cenário que é o estuário do Tejo e as proximidades de Lisboa. Fantástico, mais uma vez!


Às 5 da tarde de sábado, 22 de Agosto de 2009, a Sagres inicia a manobra de atracagem, com a ajuda de 2 rebocadores, na doca da base do Alfeite. Chega a casa, onde a espera, centenas de familiares e amigos da tripulação que esteve embarcada cerca de 12 semanas. Segue-se, de acordo com o plano, um período curto de paragem para reparações menores antes de nova viagem, dentro de poucos meses.

E nós, como ficámos?

Bem, foi sem dúvida uma semana de emoções fortes e, agora, este último parágrafo do relato deveria conter muitos adjectivos e pontos de exclamação para as exprimir convenientemente.

Para cada um de nós foi a primeira vez que embarcámos na Sagres, a expectativa foi crescendo à medida que a data do encontro se aproximava. Depois, a partida de Belfast, o desfile com o pano todo metido, a cruz de Cristo que nos dominava e envolvia e finalmente a chegada em grande estilo, novamente à vela Tejo acima, são tudo momentos para saborear na recordação, daqueles que temos de contar e re-contar aos netos. E agradecer ao “nosso” Comandante esta oportunidade que, sabemos, não acontece a toda a gente.

Bem haja!